Agnaldo Adélio é um artista plástico, arquiteto e urbanista que se destaca no contemporâneo cenário artístico brasileiro, especialmente pela singularidade de sua produção. Discípulo do renomado artista Henrique de Aragão, Agnaldo desenvolveu um estilo pessoal, caracterizado por uma dinâmica intrigante das formas, que se traduz em obras expressivas que desafiam os limites dos materiais rígidos, como aço inox, latão, cobre, concreto e madeira. Sua trajetória no mundo da arte teve início em 1990, quando começou a trabalhar no ateliê de Henrique Aragão em Ibiporã, cidade que também é seu berço.
Durante sua formação e atuação como assistente de Aragão, Agnaldo contribuiu para projetos que se tornaram marcos tanto na arquitetura quanto na arte. Entre suas obras mais notáveis, destaca-se o conjunto arquitetônico e artístico da Igreja Matriz de Rio Verde, no Mato Grosso do Sul, além de sua participação na criação de um sacrário para a Igreja Matriz do Guará 1 em Brasília e na pintura do afresco do presbitério da Igreja Matriz de Cianorte, no Paraná. Essas obras não apenas refletem seu talento, mas também seu comprometimento com a arte como forma de comunicação e expressão cultural.
Agnaldo também participou da elaboração de painéis em concreto que narram as histórias e características de municípios como Barbosa Ferraz-PR e Ibiporã-PR, além de executar monumentos significativos, como o Cortador de Cana em Porecatu-PR. Seu trabalho está eternamente registrado no acervo da Casa de Artes e Ofícios Paulo VI, em Ibiporã, onde suas peças continuam a inspirar e atrair o olhar de visitantes e entusiastas da arte.
Em sua produção individual, Agnaldo se destacou na ornamentação de presbitérios de várias capelas e igrejas, incluindo a Capela do PIME em Ibiporã-PR e a Igreja Matriz de Jataizinho-PR. Criou também monumentos em comemoração a importantes datas e marcos da cidade de Ibiporã, como o de 70 anos de sua fundação e o marco de 50 anos da APAE e da SAMAE. Na cidade de Maringá –PR Agnaldo executor o monumento alusivo aos 50 anos da EXPOINGA. Essas realizações não apenas evidenciam sua habilidade técnica, mas também sua preocupação em celebrar e perpetuar a história de sua comunidade e região.
A carreira de Agnaldo se consolidou ao longo dos anos, a partir de sua seleção para o 33º Salão de Artes Plásticas para Novos Artistas do Paraná, em 1992, e da sua primeira exposição solo, “Mares de Aves”, em 1994, na Casa de Artes e Ofícios Paulo VI, destacando-se pela originalidade e técnica ao retratar aves do Pantanal Matogrossense. Sua versatilidade e compromisso com temas sociais e ambientais foram evidenciados nas exposições em que participou, como o XIII Salão Aberto de Arte de Ourinhos e a segunda exposição de artes plásticas “Mulher” em Londrina.
O auge de sua evolução artística veio à tona durante a “1ª Semana de Arte Moderna de Londrina”, em 2002, onde sua maturidade foi reconhecida. Em 2006, conquistou o prêmio na XXIII edição do Salão Jovem Artes de Cuiabá, com obras que abordavam temas naturais e culturais, consolidando, assim, seu destaque no cenário artístico brasileiro.
Entre os anos de 2006 e 2017, minha trajetória artística ficou em um período de pausa devido à dedicação integral à arquitetura, Engenharia de segurança e à gestão cultural. Essa fase, embora afastada do universo das artes plásticas, proporcionou-me uma sólida formação interdisciplinar que, em última análise, enriqueceu meu trabalho artístico posterior. Em novembro de 2024, tive a oportunidade de reintegrar-me ao cenário artístico com a abertura da exposição “Animais táteis” na Casa de Artes e Ofício Paulo XI, em Ibiporã-PR.
A mostra “Animais táteis” foi concebida como uma experiência inovadora que desafia a percepção convencional da arte visual. Ao convidar os visitantes a interagir com as obras de forma sensorial, a exposição fortaleceu a conexão entre arte e público, permitindo uma apreciação mais íntima e pessoal. As obras foram elaboradas para serem tocadas e exploradas, proporcionando não apenas uma contemplação estética, mas também uma vivência sensorial que envolveu diferentes camadas de percepção.
Esse projeto não apenas representou meu reencontro com a prática artística, mas também uma reflexão sobre a importância da acessibilidade e da inclusão nas artes. Ao promover uma interação sensorial, “Animais táteis” transcendeu a mera observação e abriu espaço para novas discussões sobre o papel da arte na sociedade contemporânea. Em suma, essa experiência reafirmou minha crença de que a arte tem o poder de transformar, comunicar e unir pessoas de diversas origens e experiências.
A trajetória de Agnaldo Adélio é marcada não apenas por seu desenvolvimento técnico e estético, mas também pela capacidade de comunicar e despertar emoções por meio de sua arte. Seu trabalho estabelece um diálogo contínuo com o público e a crítica, assegurando-lhe um lugar significativo na expressão artística contemporânea do Brasil.
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